Em meio ao crescimento do mercado de seguros, a empresa Abaccus desenvolveu um software com o propósito de ajudar seguradoras a construir e evoluir motores de cálculo, como são chamados os sistemas automatizados que calculam o valor de um contrato com base em regras, fórmulas, variáveis de risco e parâmetros definidos pelas companhias.
Rodrigo Santos, CEO e founder da Abaccus, afirma que os motores de cálculo tendem a se tornar cada vez mais inteligentes e adaptáveis no setor de seguros, respondendo à necessidade de agilizar o lançamento de novos produtos.
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No entanto, muitas empresas ainda sofrem com aspectos tecnológicos, dependência de parceiros, quantidade de demandas de tecnologia da informação (TI) e questões de integração. Somados, esses fatores geram lentidão nos lançamentos.
"Em seguros, saber se a companhia vai aceitar um risco e qual será o custo dessa decisão é algo que pode ser definido antes de todo o ecossistema sistêmico estar pronto, e é justamente nesse ponto que a Abaccus atua. Nossa tecnologia visa permitir que os processos de subscrição e cálculo de prêmio sejam construídos e disponibilizados para integração com parceiros e canais de forma antecipada, muitas vezes sendo configurados pelo próprio time de negócios", comenta Rodrigo Santos.
Ao permitir a integração antecipada com brokers e plataformas de multicálculo, a seguradora pode se tornar mais ágil e se posicionar com novas ofertas nos canais de distribuição. Isso não apenas encurta o tempo de chegada ao mercado, como também possibilita ajustar e lapidar o produto enquanto o backoffice sistêmico de emissão ainda está sendo desenvolvido.
Transparência regulatória
No Brasil, o setor é regulado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), havendo uma série de regras e normativas a serem seguidas. Diante disso, é comum que haja preocupações das empresas em relação à segurança e documentação adequada dos processos, fator que foi levado em conta no desenvolvimento da tecnologia da Abaccus, diz Santos.
Qualquer modificação em objetos que representam a inteligência de negócios de um motor de cálculo, ou de subscrição, é registrada automaticamente em um módulo de trilha de auditoria. Esse recurso grava o momento exato da alteração, quem a realizou e o que foi modificado. A rastreabilidade pode garantir não apenas segurança e controle aos processos de negócio, mas também transparência regulatória, detalha o CEO.
"A explicabilidade dos algoritmos (ou explainability) surge como um novo pilar de governança. Ela permite que seguradoras compreendam como os modelos chegam a determinadas conclusões, como o ajuste de um prêmio, a identificação de uma fraude ou a previsão de um sinistro, e ofereçam justificativas transparentes quando questionadas", analisa Santos.
A plataforma Business Rules Management System (BRMS), da Abaccus, foi construída com a visão de unir desempenho e explicabilidade. Cada cálculo pode ser auditado e ajustado pelas equipes de negócio, apoiadas por tecnologias low-code.
Um BRMS é um motor inteligente que armazena e executa regras de negócio da empresa, permitindo que os times alterem regras sem precisar mudar o sistema inteiro.
Uso de IA
Em um segmento que, no primeiro semestre de 2025, arrecadou R$ 376,7 bilhões em prêmios de seguros, segundo a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), a inteligência artificial (IA) também tem se tornado protagonista de debates. Um exemplo foi um fórum internacional realizado neste ano na França.
Como menciona o veículo especializado em seguros Revista Cobertura, um levantamento da consultoria Next Move Strategy aponta que nove em cada dez companhias brasileiras planejam encerrar 2025 com investimentos consolidados em IA generativa. A tendência é que cada vez mais essa tecnologia seja incorporada ao dia a dia do setor, havendo ainda a necessidade de estabelecer regras para uso responsável, pondera o CEO e founder da Abaccus.
"Regulações mais rigorosas, como as propostas pelo projeto de lei 2338/2023, não devem ser vistas como barreiras, mas como impulsionadores de soluções mais éticas e maduras. No setor de seguros, que lida com dados sensíveis e decisões de alto impacto, a conformidade é uma oportunidade para reforçar a confiança com clientes e reguladores", avalia Santos.
O projeto ao qual ele se refere regulamenta o desenvolvimento, o fomento e o uso da IA no país. O texto foi aprovado em março pelo Senado e aguarda apreciação na Câmara dos Deputados.
Em relação ao futuro, o executivo acredita que as principais transformações virão da combinação entre IA explicável, automação low-code e integração contínua com ecossistemas digitais.
"As seguradoras caminham para uma era em que o motor de cálculo não será apenas uma camada técnica, mas um verdadeiro ‘cérebro de negócios’, capaz de aprender, ajustar e justificar suas decisões em tempo real. Soluções que unam performance, transparência e interoperabilidade, pilares da tecnologia da Abaccus, serão determinantes para essa nova fase do mercado", comenta Santos.
Para saber mais, basta acessar o site da Abaccus: https://abaccus.com.br/




