A palavra do ano é a raiva — e isso diz muito sobre nós
A escolha da palavra do ano revela mais do que uma tendência digital: revela uma crise de empatia em curso.
A escolha da palavra do ano revela mais do que uma tendência digital: revela uma crise de empatia em curso.
Entre o cuidado repetido de ajeitar o cobertor do meu filho e as memórias de uma cearense que enfrentou ditadura, pobreza, violência e solidão, descubro, a cada amanhecer, que grande parte do que sou nasceu no colo de uma mulher que nunca se deu o direito de desistir.
A aprovação do projeto que reduz penas dos condenados pelo 8 de janeiro — e que pode derrubar a punição de Bolsonaro para cerca de 2 anos — revela um país que nunca decide se quer justiça, reconciliação ou conveniência. Sempre escolhe o atalho.
A decisão monocrática de Gilmar Mendes, que reescreveu as regras do impeachment de ministros do STF, é mais que um gesto isolado — é o reflexo de uma tradição brasileira em que exceções viram método e limites viram sugestão.
Entre desaparecimentos, procuras impossíveis e uma história atravessada por meio século, o ofício do jornalismo lembra aquilo que sempre foi: serviço público, paciência, e a chance rara de corrigir uma injustiça com um único encontro.
Na mata da Penha, o Estado apareceu. Não em forma de escola, nem de posto de saúde — mas em caveirão, farda preta e pólvora. E o país que aplaude o barulho das balas parece já ter esquecido o som da própria consciência.
Um ensaio sobre o afeto em tempos de bloqueio e trincheiras virtuais.
Há professores que ensinam conteúdos, e há os que seguram a vida da gente para que ela não desabe. Às vezes, o cuidado vem disfarçado de bronca — e é justamente ali que mora o amor.
Lula falou alto contra desigualdade e guerras, mas poupou Trump e aliados. O discurso revelou não só cálculo político, mas também a velha tradição diplomática do Brasil no cenário global.
No Congresso, impunidade virou política de Estado.
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