
O infectologista José Eduardo Mainart Panini divulgou, nesta segunda-feira (1º/3), ter sido vítima de agressão na úlitma sexta-feira (26) por defender o lockdown do estado do Paraná e alertar a alguns conhecidos a importância das medidas restritivas que tinham sido anunciadas pelo governo estadual naquele dia. Por uma rede social, o médico contou ter levado chutes e socos após defender a medida de isolamento.
Na manhã da sexta, em que a agressão aconteceu, o governador Ratinho Júnior anunciou medidas mais duras de combate ao coronavírus em todo o Paraná. Depois disto, conta o médico, na postagem do Instagram, ele diz que teve uma longa reunião de trabalho, para se discutir que tipo de atividades deveriam ou não ser fechadas na região de Toledo.?
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Depois da reunião, ele alertava pessoas conhecidas sobre o risco da situação, quando foi agredido por estas pessoas. José Eduardo levou socos e chutes, que deixaram seu rosto cheio de ferimentos e hematomas. Enquanto uma das pessoas segurava o médico, a outra o agredia. “Pessoas assim que ajudaram a situação chegar onde está”, lamentou o médico.?
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Em sua postagem ele ainda alerta que, conforme os números da COVID (casos confirmados, óbitos e lotação de UTIs), não há mais nada a fazer (se não as medidas mais restritivas impostas pelo governador na sexta). Caso contrário, as coisas só vão piorar. Ainda assim, o médico termina seu post de forma otimista, ressaltando que muita coisa boa está por vir, como o progresso das vacinas e tudo o que vai fazer a população sair desta pandemia.?O infectologista, que atua no sistema público de saúde de Toledo (PR), ainda afirmou que não vai desanimar e desejou força aos trabalhadores da saúde.
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Repúdio ao ato
Em nota, a prefeitura de Toledo repudiou as ações contra o médico, que é servidor público do município. “Entendemos que toda a agressão é injustificável e inaceitável”, diz trecho do texto. O comunicado também aponta que a agressão ocorreu fora do ambiente e horário de trabalho do médico. Mas que o município se coloca à disposição do infectologista “para todo o suporte que for necessário”.
O Centro Acadêmico de Medicina de Toledo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também publicou uma nota de repúdio às agressões. “Estamos extremamente indignados com a situação, visto que o trabalho do Dr. José Eduardo e dos demais médicos é de orientar a melhor forma para enfrentarmos a pandemia, baseados em evidências científicas e boletins epidemiológicos”. O grupo também disse que o infectologista é um exemplo aos alunos da UFPR.