Um grupo de pesquisadores da UFPR lançou um relatório com os resultados de um estudo sobre as ações de gestores públicos frente à pandemia de covid-19, com foco na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O resultado principal do documento é a conclusão de que as políticas implementadas em nível municipal, estadual e nacional não seguiram no sentido de combate à doença, mas apenas de gerenciamento de danos, evitando tomar medidas efetivas de distanciamento social e contrapartidas econômicas que permitissem às pessoas ficar em casa, buscando apenas se preparar para o impacto da doença, como a criação de novos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
O estudo foi coordenado pela pesquisadora Maria Tarcisa Bega e envolveu cerca de 25 pesquisadores ligados ao Grupo de Pesquisa e Extensão em Políticas Sociais e Desenvolvimento Urbano (PDUR) da UFPR e acontece no contexto do Observatório das Metrópoles que envolve outros grupos de pesquisa no país. O grupo acumula uma larga experiência no estudo de políticas públicas, iniciando suas atividades no ano de 2006 e estando registrado no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) desde 2010.
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Bega explica que o estudo de políticas públicas envolve a pesquisa dos impactos diretos e indiretos de qualquer tipo de ação governamental. O foco do grupo são as políticas sociais que envolvem a área da seguridade, previdência e serviço social, além das áreas de saúde e educação. “O objetivo foi analisar o impacto da doença na produção de desigualdades que afetam a área da Região Metropolitana de Curitiba”, conta a pesquisadora.
Segundo a cientista, “não houve um enfrentamento à pandemia, mas sim uma espécie de gerenciamento de danos. Como nós chegamos a essa conclusão? Nós analisamos os dados, vimos como a doença estava se espalhando e quais ações públicas foram tomadas. A gente parte do pressuposto científico, definido pelos especialistas, que o único jeito que nós temos para minimizar, barrar ou controlar efetivamente uma doença altamente infecciosa, que se espalha pelas gotículas de saliva, é o distanciamento ampliado e bastante rígido”.
“Fica claro, a partir do grande pico de julho e agosto, que o Estado, e eu digo o Estado Nacional e também o Estadual e os poderes locais, ao invés de forçar um distanciamento maior, com as condições para que as pessoas sobrevivessem, óbvio, optaram por gerenciar a pandemia”, completou.
Acesse o documento na íntegra aqui.
Colaboração Sucom UFPR