
Imagine esta situação: você está em seu dia de folga com seus filhos e decide ir ao cinema. Fácil, né? Não para as famílias de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Caracterizados por diferenças nos padrões de interação social, os comportamentos relacionados ao TEA costumam receber reações que excluem as famílias do convívio coletivo, dificultando sua participação nas situações mais cotidianas.
“Tenho um filho TEA e uma filha neurotípica. Ele sofre com o barulho e com a escuridão, então a gente acaba saindo antes (da sessão de cinema)”, explica a mãe atípica Kelly Cristina Klebis dos Santos. A União de Pais pelo Autismo (UPPA) também apoia a iniciativa: “podemos aumentar a inclusão de pessoas com deficiências e promover eventos culturais adaptados para todos. Aumentar os espaços de interação social dessas famílias melhora a vida delas e ajuda a conscientizar toda a sociedade”, detalha a presidente da UPPA, Dani Kozelinski.
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Segundo Adriana Czelusniak, idealizadora do Vivendo a Inclusão, programa que promove eventos e debates sobre neurodiversidade, autismo e inclusão, a oferta do cinema adaptado pode beneficiar mais de 20 mil pessoas só em Curitiba. “Costumam estipular 1% da população, mas não levam em conta os autistas que têm diagnóstico e são nível 1, que antes não eram contemplados. Se identificava mais os níveis 2 e 3”, explica.
A ideia de ofertar sessões de cinema adaptadas para crianças e adolescentes com distúrbios sensoriais nasceu de um encontro das mães atípicas com a vereadora Maria Leticia (PV), que protocolou a sugestão para a Prefeitura nº 205.00001.2023. “Conversamos com as mães e com gestores de espaços culturais na cidade. Percebemos que esse projeto demanda poucos recursos, mas traz muitos benefícios. Queremos promover a inclusão por meio da cultura e do lazer”, explica a autora da proposta.
Consulta pública é aberta
Para ajudar a prefeitura a implementar o projeto, a vereadora e as organizações que trabalham pela inclusão de pessoas com TEA, como UPPA (União de Pais Pelo Autismo) e Vivendo a Inclusão, criaram uma consulta pública sobre o tema. A ideia é dimensionar o interesse e a adesão da população à iniciativa, ajudando a Prefeitura a mapear o serviço.
A participação na consulta pública Cine Inclusão: Cinema adaptado para pessoas com TEA é aberta a toda população e pode ser realizada por meio do site: https://bit.ly/cineadaptado