
A partir do esforço do Movimento Negro, um acordo entre as partes evita que a sede da Sociedade Beneficente 13 de maio vá a leilão, como estava anteriormente determinado. Desde que a notícia do leilão foi divulgada, na segunda feira dia 20, a comunidade se organizou e deu início a uma vaquinha virtual com intuito de arrecadar o valor devido.
Até o momento já foi atingido 72% da meta de R$90.000,00 estipulada para arrecadação, que irá até amanhã. Com isso foi possível realizar o acordo com o executante da ação. O acordo determina que o valor total da arrecadação seja destinado ao executante, e caso não cubra o valor total da dívida que é de R$87.000,00, o restante poderá ser pago em parcelas de R$ 2.000,00
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Segundo representantes da 13 de Maio, a partir deste domingo, dia 26 de novembro e durante todo mês de dezembro serão realizados eventos com maior frequência a fim de reestabelecer a saúde financeira da entidade e reorganizar a Sociedade. A Vaquinha continua aberta até esta sexta-feira, dia 24 de novembro. Para colaborar clique aqui
SOBRE A SOCIEDADE BENEFICENTE 13 DE MAIO
Localizada na rua CLotário Portugal, no Centro Histórico de Curitiba, a Sociedade 13 de maio é o 3º Clube Negro mais antigo do Brasil. Ela é um dos espaços mais tradicionais do Paraná e foi fundada em 6 de junho de 1888 por um grupo de homens negros, ex-escravizados que haviam conquistado a sua liberdade pouco antes da Lei Áurea.
A maioria dos fundadores havia participado do movimento abolicionista do Paraná, sendo alguns antigos membros da Sociedade Ultimatum, organização que libertava escravizados clandestinamente. O nome da instituição foi escolhido em “regozijo ao grande dia memorável 13 de Maio de 1888”, quando a Lei Áurea foi assinada.
A Sociedade Treze de Maio, como era chamada na época, era uma associação beneficente: seus sócios tinham o direito de receber ajuda financeira em caso de pobreza, moléstia e funeral. Para isso, as mensalidades podiam ser pagas em dinheiro, joias ou prestação de serviço.
Além disso, participar da Treze de Maio significava um ato político: frente ao descaso das autoridades públicas pela inserção dos afro-brasileiros na sociedade de maneira igualitária, estar nessa associação era um ato de resistência. Ali, era possível ter o amparo social e o sentimento de pertencimento e igualdade que o estado, e a população como um todo, lhes negava.