A crise sanitária provocada pela Covid-19 trouxe inúmeras mudanças na realidade de empresas de diferentes setores e portes, impactando diretamente a gestão de custos e a formação de preços. De acordo com dados trazidos pelo Portal de Notícias G1, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumula alta de 2,91% no ano de 2022 e de 4,51% nos últimos 12 meses (setembro 2022), impactando diretamente nos preços dos produtos em todo o país. Nesse cenário desafiador, o foco em resultados e lucro ganha ainda mais relevância.
Edílson Bezerra das Chagas, Mestre em Administração com Ênfase em Finanças Corporativas e coordenador na UniPaulistana, bem como consultor empresarial, destaca a importância dessas considerações estratégicas.
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Independentemente do ramo de atuação (indústria, comércio ou serviços); do porte da empresa (micro, pequena, média ou grande); da concorrência (direta e indireta); e das particularidades do negócio (empresa recém-criada, familiar ou madura), a gestão de custos e a formação de preços se mostram cruciais para determinar o sucesso ou fracasso de uma organização.
A análise da lucratividade é:
- A relação entre o que sobra das receitas (preço dos produtos ou serviços multiplicado pela quantidade vendida);
- Os custos (despesas necessárias para obter o produto ou prestar o serviço);
- As despesas (gastos para controle e aumento de receitas, incluindo juros pagos) e;
- Outros fatores (taxas e impostos), é um ponto central nessa equação.
Um dos métodos de precificação mais utilizados por empresários é a baseada na concorrência, também conhecida como precificação dinâmica. Mas isso pode ser sinal de um controle inadequado dos custos, o que pode resultar em margens de lucro baixas ou até mesmo negativas.
O conceito de rentabilidade, por outro lado, está relacionado aos recursos investidos na empresa, como máquinas, equipamentos, móveis, utensílios, reformas, softwares e outros. A rentabilidade se refere ao retorno sobre esses investimentos e é importante entender que o que muitas vezes parece lucro, na realidade, é o retorno de recursos que já pertencem à empresa, seja o capital do sócio ou empréstimos com juros.
Aliás, o professor alerta que é crucial não confundir receita com lucro. Um exemplo simples, mas esclarecedor, é quando o dinheiro disponível no caixa da empresa é usado para despesas pessoais e, posteriormente, faltam recursos para cumprir compromissos importantes, como aluguel ou pagamento de salários.
Esses são fatores diretamente ligados à gestão de custos e à formação de preços, e a negligência nesses aspectos pode comprometer seriamente o futuro da empresa.
Edílson enfatiza que a quebra de uma empresa não ocorre de forma instantânea quando há atrasos nos pagamentos de aluguel ou salários, mas sim ao longo do tempo, devido à falta de margem de lucro, baixo volume de vendas, custos elevados e outros fatores relacionados ao ambiente externo, como desemprego ou inflação.
Tais responsabilidades recaem sobre os sócios, donos, empresários ou empreendedores, que, em tempos pós-pandêmicos, enfrentam não apenas escolhas, mas exigências.
A formação de preços e a gestão de custos se tornam ainda mais críticas no contexto pós-pandêmico e as empresas devem estar atentas a essas questões para garantir sua sustentabilidade e sucesso.