A tatuagem é uma forma de expressão corporal que marcou a sociedade e levantou discussões ao longo da história, sendo assim, marginalizada. Porém, recuperou seu o status de arte conforme a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro no Código Civil / de 2002. Dando direitos ao corpo, mas com limitações e critérios, conforme art. 13, a fim de evitar autolesão, limitando sua autonomia.
Numa sociedade pós-moderna, questiona-se sobre a natureza desta arte, se trata-se de modismo passageiro ou se faz parte da formação de identidade de uma pessoa. Segundo pesquisadores, essa questão envolve elementos culturais, sociais e individuais. Registros históricos datados de 3500 anos atrás apontam para o uso dessa simbologia entre tribos e clãs, inclusive, há relatos comprovados em que uma múmia do século VII fora descoberta com artes na pele, possivelmente originárias da cultura do seu extinto povo.
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A tatuagem como Modismo possui uma visão em que as tatuagens são, em sua grande parte, uma moda passageira, influenciada por tendências culturais e sociais. O antropólogo Margo DeMello, em seu livro “Bodies of Inscription: A Cultural History of the Modern Tattoo Community,” argumenta que “as tatuagens estão sujeitas a modismos e tendências culturais, e o que é considerado ‘legal’ ou ‘descolado’ e sujeito a mudar ao longo do tempo.”
Essa perspectiva argumenta que as tatuagens podem receber influências externas, como celebridades, mídia e grupos sociais, levando as pessoas a seguirem determinadas tendências sem uma consideração sobre o seu significado. Assim, pode ser vista como uma forma de se encaixar em um grupo social ou de se destacar na multidão.
Tatuagem como Formação de Identidade por outro lado, muito se argumenta que desempenha um papel fundamental na formação da identidade individual. O psicólogo Viren Swami, em seu estudo “Body Piercing and Self-Injury: Psychological Perspectives,” observa que “as tatuagens podem servir como uma forma de expressar quem somos, nossos valores, nossas crenças e até mesmo nossa história pessoal.” Nesse contexto, as tatuagens são vistas como uma forma de autodescoberta e autoexpressão.
A antropóloga Margo DeMello também menciona que “as tatuagens podem ser uma maneira de afirmar a identidade pessoal e a pertença a determinados grupos culturais, étnicos ou subculturais.” Nesse sentido, as tatuagens podem representar conexões profundas com a cultura, a espiritualidade ou experiências de vida significativas.
A questão de se a tatuagem se trata de modismo ou formação de identidade, portanto, não possui uma resposta única, segundo os especialistas. É uma dicotomia complexa e multidimensional que varia de pessoa para pessoa. Ela desempenha ambos os papéis, dependendo das circunstâncias individuais e das motivações pessoais, portanto “É importante respeitar as escolhas e as interpretações individuais das pessoas, reconhecendo que elas podem ser uma mistura complexa de modismo e identidade, refletindo as complexidades da natureza humana”, pontua Daniel Couto, da iTattoo Club.
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