De acordo com pesquisa da Serasa Experian divulgada neste mês de março, os produtores rurais que atuam como pessoas físicas registraram 127 pedidos de recuperação judicial em 2023. Isso representou um aumento de 535% em relação ao ano anterior, 2022.
Do terceiro para o quarto trimestre, o aumento foi de 62%. Os responsáveis pela pesquisa atribuem a alta nos pedidos de recuperação à crise climática e às perturbações no cenário econômico nacional e internacional.
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Ainda de acordo com a pesquisa, os maiores solicitadores de recuperação judicial no agronegócio foram os que tinham as maiores áreas com plantio de soja com sensoriamento remoto. Em seguida, os produtores de pecuária com áreas de pastagem e, em terceiro, os produtores de café.
Luciano Bravo, mentor na Crédito Internacional, atribui o crescimento da inadimplência à forma como as concessões de crédito são feitas atualmente. “O aumento na inadimplência dos produtores rurais se dá, principalmente, pelo método de como é realizado o custeio, pois 80% deles são para apenas uma safra. Isso impede um planejamento maior do produtor e reinvestimento de uma safra na outra, pois os produtores precisam pagar os credores e levantar novos créditos, todo ano”.
O levantamento feito neste ano é inédito e usou dados dos processos de recuperação judicial no agronegócio que são registradas mensalmente na base de dados da Serasa Experian. Foram incluídos no levantamento produtores rurais com capital variado, desde que atuassem como pessoas físicas. Pela lei 14.112, eles são os únicos que podem requerer recuperação judicial.
“Com aumento dos custos de produção agrícola (insumos, sementes, defensivos e máquinas) a margem do produtor está baixa, o que automaticamente gera a falta de capacidade de honrar com suas despesas” resume Bravo. Ele aponta a abertura do agronegócio para o crédito internacional como uma solução para a inadimplência desses produtores, uma vez que isso dá acesso a linhas de crédito de longo prazo, com juros baixos.
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