Caracterizada por um estado pró-inflamatório sistêmico, a síndrome metabólica é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de intestino, porque altera a parte hormonal e estrutural do organismo, provocando a inflamação de tecidos pelo aumento das citocinas inflamatórias.
Dentro desse quadro de síndrome, é comum as pessoas também apresentarem grande circunferência abdominal, obesidade, resistência à insulina ou diabetes e ainda níveis elevados de colesterol, a hipercolesterolemia, em especial o chamado colesterol ruim (LDL).
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No entanto, não é recomendado usar apenas dosagem dessa alteração como rastreamento da neoplasia. “Não há níveis isolados de colesterol, por mais elevados que sejam, que causem diretamente a doença. É necessário que outros fatores estejam envolvidos para que o tumor se desenvolva”, afirma o oncologista clínico Elge Werneck Araújo Junior, da Oncoclínicas Curitiba.
Muitas vezes, o conjunto de mudanças que ocorrem no organismo por conta dessa síndrome irá provocar disfunções mais graves apenas a longo prazo e, por isso, é importante manter o acompanhamento médico em dia para avaliar a evolução das alterações. No caso de câncer de intestino, o rastreamento passou a ser indicado a partir dos 45 anos, e não mais aos 50 anos como era recomendado, e deve ser realizado através de colonoscopia. Desta forma, o objetivo é conseguir fazer a detecção precoce para evitar que a descoberta da neoplasia aconteça já em estágios mais avançados.
Entenda o câncer de intestino
É a terceira doença oncológica mais frequente no Brasil – sem considerar os tumores de pele não melanoma – e ocorre predominantemente a partir de mutações genéticas em lesões benignas, como pólipos, e cuja incidência tem aumentado entre pessoas mais jovens.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), para este ano são previstos 45.630 casos, correspondendo a um risco de 21,10 ocorrências por 100 mil habitantes, das quais 21.970 entre os homens e 23.660 entre as mulheres. Apenas em Curitiba, são estimadas 550 ocorrências para 2024: destas, 270 são no sexo masculino e 280 no público feminino.
Sintomas e prevenção
Os principais sintomas do câncer de intestino são a anemia, alteração do hábito intestinal, como diarreia ou constipação, sangramento via retal e emagrecimento. Como muitos fatores de risco estão ligados ao comportamento, a prevenção está relacionada à alteração de hábitos, pois a probabilidade de desenvolver este carcinoma é menor para pessoas que consomem mais frutas e verduras e evitam o sobrepeso.
“Os cuidados passam pelas boas práticas de vida e saúde e que incluem atividade física, ingestão moderada de carnes vermelhas, não mais que 500 g por semana, ingestão mínima de produtos defumados, embutidos e enlatados, e estímulo ao consumo de produtos in natura, focando em grãos e oleaginosas”, recomenda o oncologista.