Coluna do Meio
COLUNA DO MEIO
Por Otávio Costa
Uma família de fato e de direito
O livro Família Harrad Reis emociona, faz rir, cativa e traz uma reflexão necessária para todos nós que é a luta por direitos. A leitura é mais que recomendada, é fundamental para nossa humanização. E sim, que viva a família Harrad Reis!
Prazer, meu nome é ‘Lésbica’
Na minha experiência, o pior dos apagamentos ocorre quando alguém se refere a mim apenas como “lésbica”. Sem perguntar meu nome, o que eu faço da vida, como eu me sinto, ou o que quero. Apagar a pessoa por trás da sexualidade também é invisibilizar. Não é feito apenas com lésbicas, mas também com outras pessoas da comunidade LGBTI+ e é algo que deve ser mais discutido, já que somos tantas coisas além de nossa orientação sexual e identidade de gênero.
Tenho uma relação pessoal com o HIV
Quando penso no futuro acredito que serei parte da última geração de militantes que atuam no enfrentamento da Aids, hoje existem diferentes formas de prevenção ao vírus como a PEP, PrEP e outros componentes da prevenção combinada. Mas ainda permanecem inúmeros desafios como a garantia de medicamentos mais eficazes e confortáveis para tratamento do HIV, o aumento de casos de infecção entre jovens de 15 a 24 anos, gays e outros HSH, pessoas trans e trabalhadores do sexo e o preconceito que ainda caminha junto ao vírus. Esses aspectos ilustram a urgência de nosso trabalho, a necessidade de ações e pesquisas que garantam os direitos de Pessoas Vivendo com HIV/Aids e espaços de discussão que tragam essa pauta que ainda é necessária.
Assumir a sua sexualidade é, ainda, um ato político
Ver pessoas públicas ganhando destaque e sendo incentivadas a assumirem suas sexualidades faz despertar a sensação de que existem outras possibilidades de ser e se entender como pessoa LGBTQI+ dentro da sociedade. Além disso, permite que essa questão seja discutida e debatida trazendo visibilidade para o movimento e ampliando a referência daquilo que as pessoas entendem sobre o que é a diversidade sexual.
A escrita como forma de militância
É importante considerar que não foi apenas para luta e reivindicação de direitos que a escrita era utilizada, essas publicações tornaram possível a criação de um novo imaginário e de uma nova forma de ser e se colocar na sociedade por parte dos homossexuais, das lésbicas e das pessoas transgêneras. As manifestações culturais, a literatura e os artigos de opinião trouxeram outros elementos que até então não eram divulgados e seu conhecimento pertencia a um grupo restrito de pessoas.